Conforme já falei em postagem anterior, a “sabedoria” dos antigos deve ser vista com parcimônia,
pois eles eram mais ignorantes que sábios. Agora, contrariemos essa ideia.
Ao nordeste de Paris
existe um museu científico no Parque de La Villette, que possui um brinquedinho
interessante: uma placa de metal sobre a qual se joga areia fina e, com o uso
de um arco de violino, vibra-se o conjunto produzindo figuras.
Não é tão fácil como
parece, como pode ser observado na foto que testemunha o fracasso do autor do blog em produzir tais imagens...
Bem, de qualquer maneira, os
desenhos formados por essa técnica receberam o nome do primeiro pesquisador, que,
por coincidência histórica, nasceu no mesmo ano de Mozart (1756) e faleceu no
mesmo ano que Beethoven (1827), Figuras de Chladni.
Mais tarde, duas pesquisas
independentes, uma na França e outra nos Estados Unidos, estudaram a integração
entre diversas frequências, produzindo dinâmica a essas figuras, o que foi
chamado de “Curvas de Bowditch” (EUA) ou “Figuras de Lissajous” (França).
No entanto, tais estudos
só foram se constituir como ciência própria bem mais tarde, em 1967, quando o suíço
Hans Jenny criou um aparelho que ele chamou de “tonoscópio”, que conseguia
transformar a voz humana em figuras tridimensionais, desenvolvendo um conjunto
de conhecimentos que ele chamou de “cimática”, do grego “kyma”, que significa
onda.
O que tem de estranho
nesse estudo? É que Jenny descobriu que, ao pronunciar vogais em sânscrito, a
figura formada pelo som correspondia... a sua imagem escrita!
Ops!
Por que algumas línguas
antigas, como o chinês clássico, o sânscrito e o hebraico eram consideradas “sagradas”?
Como podiam os antigos possuírem esse conhecimento sem possuírem um tonoscópio,
desenvolvido apenas com tecnologia moderna?
Para colocar mais complexidade ainda
no assunto, os pesquisadores Stan Tenen e Daniel Winter observaram que as
letras do idioma hebraico são projeções sobre a superfície de um tetraedro de
uma figura contida no seu interior. Essa figura é a espiral de phi, obtida pela
sequência de Fibonacci, isto é, um desenho tridimensional derivado do número
áureo, que era bem conhecido dos antigos.
Mais estarrecedor ainda ainda: yogis
relatam que quando meditam sobre a imagem dos chakras, conseguem enxergar
letras, ou melhor a representação escrita de bija mantras (sons repetitivos), no
idioma sânscrito, no seu interior!
Como tem sido visto neste blog, a
sexualidade é a mãe de todo o misticismo e de toda a religião. Como pode a
mente produzir imagens alucinatórias que correspondem a representação física,
real, de algo que não se percebe facilmente pelos sentidos? Como podem os
antigos terem criado linguagens com esses princípios?
Alguns dizem que é obra de Deus. Os
descrentes, se um dia houverem estudos a respeito, devem afirmar que o som dos
mantras produz alterações sensoriais nos fluidos do corpo, produzindo as formas
correspondentes, que podem ser visualizadas. No entanto, até o presente
momento, não existem explicações para o fenômeno, apenas mistério.
Luiz Bonow, 2015
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