“Tudo nesse mundo é sobre sexo, exceto sexo. Sexo é sobre poder.”

(Oscar Wilde)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

O SAGRADO E O PROFANO


Campo de Estudo: Orgasmo

Quando perguntaram para Michelangelo como fazer esculturas tão maravilhosas, ele respondeu “Ora, basta apanhar um bloco de mármore e remover o que está sobrando!”.
Se non è vero, è ben trovato.
Os povos antigos relacionavam a sexualidade com religiosidade, mas de onde tiraram isso? Como encontrar Deus? Ou o Nirvana, o Samádhi ou a iluminação através do sexo?
Ora, o orgasmo é um espasmo que nasce na região da pélvis, sobe pela coluna vertebral até o topo da cabeça, espalhando-se, durante o seu trajeto, pelos braços e pernas.
Com a prática e técnicas, uma pessoa consegue travar este espasmo, retroalimentando a sensação e mantendo o prazer por mais tempo. Com mais prática ainda, consegue impedir o espasmo e controlar este fluxo, conduzindo-o da base da coluna para um ponto na cabeça. Em outras palavras, do impulso involuntário e incontido, é possível chegar a uma controle estático (do gregos “stási”, parada) e evoluir, com treino, para um controle absoluto, um “êxtase” (do grego ex-stási, sair da situação parada).
A estase, com “s” e sem acento, é a sensação de parada, de cessar o fôlego, que se tem diante de uma obra de arte ou de uma paisagem que nos deixa atônitos. O êxtase, com “x”, é a sensação estupefaciente do orgasmo controlado e da experiência religiosa.
E como consegui-lo?
O espasmo do orgasmo pode ser controlado pela contração do triângulo equilátero muscular da pelve, através de pressões, que em sânscrito são chamadas de vajroli-mudra, que é a contração da base do pênis; mula-bandha, que é a contração do períneo e ashwini-mudra, que é a contração dos esfíncteres do ânus. Para as mulheres, as musculaturas a serem contraídas estão ao redor do clitóris, dos ovários e do períneo, formando também um triângulo, mas com a ponta para baixo.
Uma vez aprendidas essas técnicas, basta conduzir essa energia produzida para o ponto do meio das sobrancelhas enquanto observa-se um ponto no interior da cabeça, na altura do meio das sobrancelhas, o que produz, em prática avançada, alucinações visuais e auditivas na forma de luzes e sons preternaturais. Tudo sem o uso de drogas. Essas alucinações produzem um prazer muito maior que o mero espasmo do orgasmo.
Isso é êxtase.
Simples, não? Na teoria, tão fácil quanto esculpir uma Pietá...

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