“Tudo nesse mundo é sobre sexo, exceto sexo. Sexo é sobre poder.”

(Oscar Wilde)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

POR QUE MANTER RELAÇÕES SEXUAIS? - 2ª Parte

Campo de Estudo: Propedêutica

Por mais que o conjunto dessas pesquisas citadas na 1ª Parte pareçam conclusivas ao determinarem a necessidade de ejacular com grande frequência, elas podem estar profundamente erradas. O Doutor Wayne van Voorthies, da Universidade do Arizona, conduziu uma pesquisa com nematoides , refeita diversas vezes sempre com os mesmos resultados, descobriu que os vermes que podiam copular livremente viviam uma média de 8,1 dias. Os que não podiam copular, que ele chamou de minhocas monásticas, viveram 11,1 dias. Por fim, as que podiam copular livremente, mas não produziam esperma, o que ele chamou de minhocas orgasmáticas, viveram 14 dias, quase 50% a mais que as primeiras.
Há um estudo ainda faltando. Ainda não se sabe nada a respeito se existe diferença entre ejacular ou não no final do ato sexual, ou se o que importa é apenas o orgasmo no que se refere a humanos, como acontece com vermes. Se existe um real benefício à saúde ou as técnicas tântricas, que parecem ter sido as primeiras a preconizar o controle da ejaculação, tiveram apenas a função de promover esta retenção com a finalidade de produzir satisfação para duas ou mais mulheres, estando os chineses antigos, que a preconizavam para fins medicinais, simplesmente equivocados. O orgasmo sem ser acompanhado de ejaculação nesse sentido funcionaria apenas como uma maneira de obter e dar prazer, o que já é uma grande vantagem, mas sem trazer maiores benefícios físicos ao homem, do ponto de vista médico, pelo contrário, sendo até prejudicial à saúde. Será que o problema é o não ejacular ou o não ter orgasmos, já que os estudos foram conduzidos sem esse paradigma, uma vez que é consenso no Ocidente e no mundo moderno em geral que orgasmo masculino é sinônimo de ejaculação?
Com o passar do tempo, pode ter acontecido que a cultura da retenção sexual tenha se tornado mero dogma religioso, sem qualquer função prática, levando posteriormente, inclusive, à instituição do celibato como maneira de “pureza sexual” dos praticantes, por isso é temerário, no atual estado de conhecimento sobre o tema, afirmar categoricamente que evitar a ejaculação consiste em ato saudável, pois se tem sérias indicações científicas que ocorre justamente o contrário, porém espera-se que algum pesquisador conduza estudos semelhantes com numeroso grupo de homens que tenham três ou mais orgasmos semanais (acima da média populacional) e que pratiquem a retenção da ejaculação para serem verificados os índices de câncer de próstata e de aparência pessoal nessas pessoas, pois só com tal estudo poder-se-á obter a resposta definitiva.
Em conclusão, do ponto de vista médico, quais são as certezas e quais são as dúvidas no atual estado de pesquisa?
a) Fazer sexo é melhor do que não fazer. Pessoas celibatárias e que praticam a abstinência sexual têm pior saúde do que as demais;
b) masturbar-se é melhor que abster-se de sexo, mas, contrario sensu:
c) assistir pornografia por longos períodos é prejudicial à saúde;
d) fazer sexo é mais saudável do que masturbar-se, pois a relação entre saúde e sexo não parece estar ligada a um simples componente mecânico do ato;
e) para as mulheres, é mais saudável fazer sexo sem camisinha, pois o esperma possui sustâncias químicas benéficas. Isso quer dizer, que, para evitar doenças, relacionamentos estáveis são desejáveis do ponto de vista clínico, em detrimento ao amor livre pregado na década de 60;
f) é desejável a prática de sexo em frequência maior que a média mundial atual, que é algo como duas vezes por semana, homens e mulheres que fazem sexo acima da média parecem aproximadamente oito a dez anos mais jovens;
g) para o homem, é necessário atingir o orgasmo para os benefícios à saúde advindos da atividade sexual. Existem indícios científicos que o orgasmo deve ser acompanhado de ejaculação, pelo menos em algumas vezes, pois isso reduz o risco de câncer de próstata;
h) não existe estudo conclusivo que aponte que a obtenção de orgasmos sem ejaculação não produza benefícios para outros animais que nematoides. Ainda não se sabe se a saúde obtida pelo sexo provém do orgasmo ou da ejaculação, de maneira que a retenção da ejaculação, pregada pelas técnicas sexuais antigas, no momento que essas linhas são escritas, ainda gozam de dúvida.

Tudo indica que os chineses estavam certos e uma vida mais longa pode ser obtida por aqueles homens que têm orgasmos com grande frequência, mas não ejaculam, porém isso ainda não é possível de ser afirmado categoricamente. Tendo em vista que o controle da ejaculação é assunto controverso, precisa-se um futuro olhar mais detalhado sobre a espécie humana, para obter a sua compreensão.

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