Campo de Estudo: Propedêutica
Por mais que o conjunto dessas
pesquisas citadas na 1ª Parte pareçam conclusivas ao determinarem a necessidade de ejacular com
grande frequência, elas podem estar profundamente erradas. O Doutor Wayne van
Voorthies, da Universidade do Arizona, conduziu uma pesquisa com nematoides ,
refeita diversas vezes sempre com os mesmos resultados, descobriu que os vermes
que podiam copular livremente viviam uma média de 8,1 dias. Os que não podiam
copular, que ele chamou de minhocas monásticas, viveram 11,1 dias. Por fim, as
que podiam copular livremente, mas não produziam esperma, o que ele chamou de
minhocas orgasmáticas, viveram 14 dias, quase 50% a mais que as primeiras.
Há um estudo ainda faltando. Ainda
não se sabe nada a respeito se existe diferença entre ejacular ou não no final
do ato sexual, ou se o que importa é apenas o orgasmo no que se refere a
humanos, como acontece com vermes. Se existe um real benefício à saúde ou as
técnicas tântricas, que parecem ter sido as primeiras a preconizar o controle
da ejaculação, tiveram apenas a função de promover esta retenção com a
finalidade de produzir satisfação para duas ou mais mulheres, estando os
chineses antigos, que a preconizavam para fins medicinais, simplesmente equivocados.
O orgasmo sem ser acompanhado de ejaculação nesse sentido funcionaria apenas
como uma maneira de obter e dar prazer, o que já é uma grande vantagem, mas sem
trazer maiores benefícios físicos ao homem, do ponto de vista médico, pelo
contrário, sendo até prejudicial à saúde. Será que o problema é o não ejacular
ou o não ter orgasmos, já que os estudos foram conduzidos sem esse paradigma,
uma vez que é consenso no Ocidente e no mundo moderno em geral que orgasmo
masculino é sinônimo de ejaculação?
Com o passar do tempo, pode ter
acontecido que a cultura da retenção sexual tenha se tornado mero dogma
religioso, sem qualquer função prática, levando posteriormente, inclusive, à
instituição do celibato como maneira de “pureza sexual” dos praticantes, por isso
é temerário, no atual estado de conhecimento sobre o tema, afirmar
categoricamente que evitar a ejaculação consiste em ato saudável, pois se tem
sérias indicações científicas que ocorre justamente o contrário, porém
espera-se que algum pesquisador conduza estudos semelhantes com numeroso grupo
de homens que tenham três ou mais orgasmos semanais (acima da média
populacional) e que pratiquem a retenção da ejaculação para serem verificados
os índices de câncer de próstata e de aparência pessoal nessas pessoas, pois só
com tal estudo poder-se-á obter a resposta definitiva.
Em conclusão, do ponto de vista
médico, quais são as certezas e quais são as dúvidas no atual estado de
pesquisa?
a) Fazer sexo é melhor do que não
fazer. Pessoas celibatárias e que praticam a abstinência sexual têm pior saúde
do que as demais;
b) masturbar-se é melhor que
abster-se de sexo, mas, contrario sensu:
c) assistir pornografia por longos
períodos é prejudicial à saúde;
d) fazer sexo é mais saudável do que
masturbar-se, pois a relação entre saúde e sexo não parece estar ligada a um
simples componente mecânico do ato;
e) para as mulheres, é mais saudável
fazer sexo sem camisinha, pois o esperma possui sustâncias químicas benéficas.
Isso quer dizer, que, para evitar doenças, relacionamentos estáveis são
desejáveis do ponto de vista clínico, em detrimento ao amor livre pregado na
década de 60;
f) é desejável a prática de sexo em
frequência maior que a média mundial atual, que é algo como duas vezes por
semana, homens e mulheres que fazem sexo acima da média parecem aproximadamente
oito a dez anos mais jovens;
g) para o homem, é necessário atingir
o orgasmo para os benefícios à saúde advindos da atividade sexual. Existem
indícios científicos que o orgasmo deve ser acompanhado de ejaculação, pelo
menos em algumas vezes, pois isso reduz o risco de câncer de próstata;
h) não existe estudo conclusivo que
aponte que a obtenção de orgasmos sem ejaculação não produza benefícios para
outros animais que nematoides. Ainda não se sabe se a saúde obtida pelo sexo
provém do orgasmo ou da ejaculação, de maneira que a retenção da ejaculação,
pregada pelas técnicas sexuais antigas, no momento que essas linhas são
escritas, ainda gozam de dúvida.
Tudo indica que os chineses estavam
certos e uma vida mais longa pode ser obtida por aqueles homens que têm
orgasmos com grande frequência, mas não ejaculam, porém isso ainda não é
possível de ser afirmado categoricamente. Tendo em vista que o controle da
ejaculação é assunto controverso, precisa-se um futuro olhar mais detalhado
sobre a espécie humana, para obter a sua compreensão.
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