“Tudo nesse mundo é sobre sexo, exceto sexo. Sexo é sobre poder.”

(Oscar Wilde)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O LIBERALISMO NAS QUESTÕES DE CASAMENTO

Os amigos e os leitores deste blog já perceberam que o autor é de pensamento liberal: o Estado não tem que se meter em quase nada na vida privada ou nos negócios. Isso não quer dizer que se deve rumar para o anarcocapitalismo ou que não devam existir regulações de qualquer espécie.  Um bom exemplo é o direito de o Estado efetuar controle ao monopólio, que é uma maneira de reduzir o poder exclusivo de uma única empresa, já que isso significaria substituir a ditadura estatal por uma ditadura privada.
No vídeo abaixo, é defendida a exclusão do Estado nas questões de casamento:


É verdade que a sociedade não deve ter nada a ver com essas questões e cada um deve fazer o que bem entender?
É evidente que essa defesa irrestrita do anarquismo marital parte de uma bobagem como pressuposto e um bom exemplo é o casamento entre menores. Por que os pais não podem casar duas crianças, como era feito há poucos séculos no ocidente e ainda praticado em vários países? Casar com o filhinho rico do vizinho aos dez anos não seria melhor para a menina do que passar por todos os riscos e decepções que certamente virão na idade adulta? A resposta da negativa é simples: porque o casamento é um ato de consentimento mútuo e crianças são absolutamente incapazes para dizer o “sim”.
E não se pense que a ideia do casamento anárquico é mera elucubração intelectual, pois está aí a Lei do Concubinato que impôs o consentimento tácito para essas questões. Se é possível casar sem dizer "sim", então por qual motivo duas crianças não poderiam ser casadas pelos pais?
Veja-se como é complicado relativizar o casamento. Se tudo pode, o casamento deixa de existir, liquidando com todas as vantagens já dissertadas nesta postagem. A conclusão é que esta instituição, portanto, deve seguir requisitos estritos, seguindo um rol taxativo e formal para se materializar e esses requisitos devem, sim, ser determinados pelo Estado, já que é interesse da nação.

Luiz Bonow, 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, nada de propagandas, palavrões ou ofensas!