Os amigos e os leitores deste blog já perceberam que o autor é de pensamento liberal:
o Estado não tem que se meter em quase nada na vida privada ou nos negócios.
Isso não quer dizer que se deve rumar para o anarcocapitalismo ou que não devam
existir regulações de qualquer espécie. Um bom exemplo é o direito de o Estado efetuar
controle ao monopólio, que é uma maneira de reduzir o poder exclusivo de uma
única empresa, já que isso significaria substituir a ditadura estatal por uma
ditadura privada.
No vídeo
abaixo, é defendida a exclusão do Estado nas questões de casamento:
É verdade
que a sociedade não deve ter nada a ver com essas questões e cada um deve fazer
o que bem entender?
É evidente
que essa defesa irrestrita do anarquismo marital parte de uma bobagem como
pressuposto e um bom exemplo é o casamento entre menores. Por que os pais não
podem casar duas crianças, como era feito há poucos séculos no ocidente e ainda
praticado em vários países? Casar com o filhinho rico do vizinho aos dez anos não
seria melhor para a menina do que passar por todos os riscos e decepções que
certamente virão na idade adulta? A resposta da negativa é simples: porque o
casamento é um ato de consentimento mútuo e crianças são absolutamente
incapazes para dizer o “sim”.
E não se pense
que a ideia do casamento anárquico é mera elucubração intelectual, pois está aí
a Lei do Concubinato que impôs o consentimento tácito para essas questões. Se é possível casar sem dizer "sim", então por qual motivo duas crianças não poderiam ser casadas pelos pais?
Veja-se como
é complicado relativizar o casamento. Se tudo pode, o casamento deixa de
existir, liquidando com todas as vantagens já dissertadas nesta postagem. A conclusão é que esta instituição,
portanto, deve seguir requisitos estritos, seguindo um rol taxativo e formal
para se materializar e esses requisitos devem, sim, ser determinados pelo Estado, já
que é interesse da nação.
Luiz Bonow, 2015
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