Foi o que intuiu esta pesquisa da Carnegie Mellon University, já que
a atratividade sexual diminui com a frequência sexual.
Se a conclusão estiver correta, existem alguns aspectos que
devem ser levados em conta.
Em primeiro lugar, há uma série de vantagens no ato sexual,
no que tange ao rejuvenescimento e saúde em geral, que são diretamente
proporcionais à quantidade de sexo praticado, conforme foi exposto em postagem anterior deste blog.
Outro aspecto que não deve ter sido levado em conta é que
quantidade não é qualidade, portanto, um casal que fica algumas horas juntos
sobre a cama é diferente que outro que fica o mesmo período distribuído em
diversas sessões por dia. No primeiro casal do exemplo, o homem terá
necessariamente de controlar a ejaculação para que o prazer não acabe em poucos
minutos, já que a recuperação pode demorar um tempo considerável. No segundo
exemplo, constantes gozos, tornam a atividade cansativa, enquanto a mulher vai
ficando insatisfeita devido às crescentes dificuldades de ereção.
Tampouco, nada de novo nesta pesquisa. Indianos e, principalmente,
chineses, há milênios, já falavam muito mal de ejacular em excesso.
Ainda, a pesquisa não leva em conta o chamado "Efeito
Coolidge". A expressão criada pelos sexólogos vem de uma anedota atribuída
ao presidente americano Calvin Coolidge em que ele e a esposa foram visitar uma
fazenda e ela, vendo a animação do touro, falou: "Viu só, quatro
vezes!", enquanto o perspicaz político respondeu "Sim, mas com quatro
vacas!". Os relacionamentos convencionais, com uma só mulher, não
representam a natureza humana, mas apenas maneira economicamente mais eficiente
de casamento (voltar-se-á a esta ideia no blog). Se a pesquisa é limitada a
sociedades monogâmicas modernas, simplesmente os homens ficarão
desinteressados, tornando o sexo menos atrativo e, consequentemente, oferecendo
menor satisfação sexual também à mulher.
Por último, caro leitor, no estudo da sexualidade acenda
sempre uma luz amarela na mente quando ouvir a palavra “felicidade”. Da mesma
maneira que, devido à absoluta incompetência, muitos ideologicamente
comprometidos preferem dizer que o Butão é mais feliz que a Áustria, já que é
muito difícil para um país atingir altos níveis de IDH e PIB, opta-se pelo
conceito subjetivo: quem haveria de negar a felicidade alheia?
Na dúvida, entre dizer que a sexualidade de alguém é mais ou
menos feliz que a dos outros, lembre-se sempre da frase de Charles De Gaulle, “Le
hereux n’existe pas.” (A felicidade não existe.).
Luiz Bonow, 2015.
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