“Tudo nesse mundo é sobre sexo, exceto sexo. Sexo é sobre poder.”

(Oscar Wilde)

sábado, 16 de maio de 2015

MUITO SEXO TORNA OS CASAIS INFELIZES?


Foi o que intuiu esta pesquisa da Carnegie Mellon University, já que a atratividade sexual diminui com a frequência sexual.
Se a conclusão estiver correta, existem alguns aspectos que devem ser levados em conta.
Em primeiro lugar, há uma série de vantagens no ato sexual, no que tange ao rejuvenescimento e saúde em geral, que são diretamente proporcionais à quantidade de sexo praticado, conforme foi exposto em postagem anterior deste blog.
Outro aspecto que não deve ter sido levado em conta é que quantidade não é qualidade, portanto, um casal que fica algumas horas juntos sobre a cama é diferente que outro que fica o mesmo período distribuído em diversas sessões por dia. No primeiro casal do exemplo, o homem terá necessariamente de controlar a ejaculação para que o prazer não acabe em poucos minutos, já que a recuperação pode demorar um tempo considerável. No segundo exemplo, constantes gozos, tornam a atividade cansativa, enquanto a mulher vai ficando insatisfeita devido às crescentes dificuldades de ereção. 
Tampouco, nada de novo nesta pesquisa. Indianos e, principalmente, chineses, há milênios, já falavam muito mal de ejacular em excesso.
Ainda, a pesquisa não leva em conta o chamado "Efeito Coolidge". A expressão criada pelos sexólogos vem de uma anedota atribuída ao presidente americano Calvin Coolidge em que ele e a esposa foram visitar uma fazenda e ela, vendo a animação do touro, falou: "Viu só, quatro vezes!", enquanto o perspicaz político respondeu "Sim, mas com quatro vacas!". Os relacionamentos convencionais, com uma só mulher, não representam a natureza humana, mas apenas maneira economicamente mais eficiente de casamento (voltar-se-á a esta ideia no blog). Se a pesquisa é limitada a sociedades monogâmicas modernas, simplesmente os homens ficarão desinteressados, tornando o sexo menos atrativo e, consequentemente, oferecendo menor satisfação sexual também à mulher.
Por último, caro leitor, no estudo da sexualidade acenda sempre uma luz amarela na mente quando ouvir a palavra “felicidade”. Da mesma maneira que, devido à absoluta incompetência, muitos ideologicamente comprometidos preferem dizer que o Butão é mais feliz que a Áustria, já que é muito difícil para um país atingir altos níveis de IDH e PIB, opta-se pelo conceito subjetivo: quem haveria de negar a felicidade alheia?
Na dúvida, entre dizer que a sexualidade de alguém é mais ou menos feliz que a dos outros, lembre-se sempre da frase de Charles De Gaulle, “Le hereux n’existe pas.” (A felicidade não existe.). 


Luiz Bonow, 2015.

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